sábado, 19 de setembro de 2009

Alluria

Mangá brasileiro que envolve romance, comédia, aventura e muito mais, vale a pena conferir!
O roteiro é realizado por Cesar Ikko e diversos desenhistas renomados aqui do Brasil produziram as ilustrações, dando um toque especial de suas habilidades.
Eu ganhei da Luciana Miyuki a coleção completa de Alluria, com dedicatória e tudo mais. (^-^) Foi um presente, já que meu exemplar foi raptado por determinada pessoa. Fico feliz de poder ler os volumes existentes, adoro as produções nacionais.


Animecon 2009

Segue as fotos do evento no qual eu trabalhei como Staff. É uma pena só poder participar disto uma vez ao ano!
Uma série de Cosplays maravilhosos se apresentaram, digo o mesmo do enorme número de Gothic-Lolitas que participaram do concurso.
Quem quiser saber mais sobre o evento clique no Nome deste post e acesse o Site do Evento!
Agradeço principalmente a Luciana Miyuki, que me deu os volumes de Alluria, pois o volume que eu havia ganho a muitos anos atrás foi levado embora. (^-^ Muito obrigada Luciana!!!)
Super turma do Balcão de Informações, Chaveiro de Lumina* e Chefe (César Ikko):
Amigos:
Cosplays de Destaque:
+Washuu (Tenchi Muyo)
+Chii (Chobits)

Momentos Extras:
*LUMINA = Mascote do evento, que fica circulando divulgando tudo o que está rolando.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Belo Horizonte - Uma nova Capital

Curso: Aluna Especial em Pós Graduação da FASM 2009/ Artistas Visionários
SALGUEIRO, Heliana.“Revisando Haussmann – Os limites da comparação. A Cidade, A Arquitetura e os Espaços Verdes (o caso de Belo Horizonte)”. Rio de Janeiro CCBB: 1994.

Belo Horizonte – Uma nova Capital
Heliana Salgueiro conta através de seu texto e suas pesquisas as mudanças feitas em Belo Horizonte, em busca de uma cidade modernizada. Criando um paralelo com a produção de Haussmann em Paris, na qual ela afirma haver diferenças nas produções devido as necessidades locais e fatos ocorridos.
Belo Horizonte surge da destruição total do arraial antigo, para iniciar as produções através de um lugar livre de intervenções, diferente de Haussmann que fez uma revisão de Paris e criou uma proposta de “correção/manutenção” da antiga cidade, fazendo intervenções parciais até o resultado. Aarão Reis e o grupo técnico vindo do Rio de Janeiro se torna a Comissão Construtora da Nova Capital.
Charles Fourier é lembrado quando notamos a classificação de grupos ou séries para uma grande construção, usada também por Haussmann. Criando uma espécie de camadas administrativas para um todo. No caso de Haussmann, seus trabalhadores eram hierarquicamente organizados, onde uma coordenação era criada através destes eixos estruturais. Porém, essa organização fica distante de Reis, quando nota-se uma predominância política na produção.

A busca de uma cidade ideal estava presente na planta de Belo Horizonte. Aarão Reis se preocupou com as luzes e o remodelamento do espaço, herança do século XIX Os engenheiros da Escola Politécnica buscavam ir contra as ruas estreitas e tortuosas e mantinham os códigos modernos para a mudança urbana. Especificando a cidade em três zonas: urbana, suburbana e rural, criando vias de acessos em padrões quadriculados e diagonais. O discurso de Reynaud defendendo a irregularidade harmônica e condenando ruas retas e longas não chega nas mãos de Reis, pois ele era seguidor das primeiras propostas modernistas que chegava ao Rio de Janeiro. As adaptações para as curvas são posteriores a 1910, não fazendo parte do projeto de Aarão Reis.
As críticas da época transformavam as propostas de Haussmann um regime político autoritário, o que atrapalhava as produções, o que foi levado em conta foram as idéias. Pois independente de sua aceitação ou não, todos notavam que Paris era uma cidade amontoada e insalubre e que as mudanças foram necessárias. As propostas de Haussmann foram seguidas a risca por Aarão, criando vias largas que ligassem o centro aos campos, mas logo se percebia que estas grandes produções não atendiam as necessidades de Belo Horizonte, por exemplo as largas avenidas, que ficavam desertas pois não tinha um fluxo auto de carroças, diferente de Champs Elysés, que recebia 2.060 carroças por hora.
Para aumentar a circulação e gerar fluxos na cidade, Reis buscava distribuir os setores comerciais, criando edifícios administrativos, hotéis, estação central , mercados, escolas, igrejas e o parque. A cidade era criada com um contorno geométrico, uma idéia que surgira das utopias renascentistas. Já no século XIX, essas muralhas foram substituídas por boulevards.
Os imóveis de Paris eram considerados monumentos urbanos, o que fez a cidade ter uma uniformização e uma regularização do espaço, que vistos de longe criavam a impressão de uniformidade. Em Belo Horizonte, o edifício era um objeto, o quarteirão estava sendo formado pelo conjunto de elementos sistematizados, criando uma diferença entre escalas e ornamentos das produções de Paris.
Outra importância dos projetos de Haussmann que estavam sendo utilizados eram a infra-estrutura e equipamentos, mas estas estavam sendo executadas parcialmente e de modo descontínuo, privilegiando mais o centro de Belo Horizonte. Outro setor era o da vegetação, mas com a desproporção das casas, as árvores começavam a “esconder” a fachada das casas. A produção do Parque Municipal foi atribuída por Paul Villon, paisagista francês que já havia trabalhado nas produções de Haussmann.
O Parque, realizado por Magalhães e Villon só foi realizado em parte. As necessidades econômicas atrapalharam na produção, deixando de lado diversos projetos utópicos arquitetônicos (com exceção do pavilhão no meio do lago) e a substituição de um portão de ferro ornamentado e lindos pilares por um portão de tela de galinheiro. Ao mesmo tempo, tempos os cronistas afirmando que as grandiosas produções não atendiam as necessidades nem aos hábitos da população da nova cidade, ainda mais na desproporção do parque em relação à cidade e ao número de habitantes.
Sabendo dessas mudanças que ocorreram das propostas de Haussmann, sabemos que a universalidade desse raciocínio não é real, pois fora de Paris estas propostas nem sempre são aplicáveis. Hoje, as produções de Aarão Reis mostra uma aceitação para o progresso da cidade, que recebe um número maior de carros, visitantes e mesmo da população.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Resultado das Grandes Cidades

Curso: Aluna Especial em Pós Graduação da FASM 2009/ Artistas Visionários
SIMMEL, Georg. “Die Großstädte und das Geistesleben” [A metrópole e a vida mental oo As grandes cidades e a vida do espírito], de 1903.

Resultado das grandes cidades
Simmel, sociólogo alemão, escritor do livro Filosofia do Dinheiro em 1900. Em uma conferência apresentou uma versão ampliada do último capítulo deste livro, com o texto Die Großstädte und das Geistesleben [A metrópole e a vida mental], de 1903. Apresentação de maior importância entre os intelectuais alemães desde 1880.
O sociólogo comenta a busca da liberdade entre os séculos através da criação de grandes cidades, onde as pessoas buscam ser autônomas e apresentar uma peculiaridade para o restante da sociedade. As pessoas bucam uma herança histórica. Apresenta como resultado das grandes cidades o nervosismo e o individualismo, onde pessoas passam por diversas e ininterruptas mudanças de “impressões interiores e exteriores”, diferente das pessoas da cidade pequena e da vida no campo.
Toda pessoa é formada por sua personalidade individual e seu ânimo, o que torna os fenômenos o motivo principal para a mudança entre uma pessoa da grande e da pequena cidade. Inicialmente, o dinheiro não era um dos fenômenos que traria estas mudanças, pois ele era apenas um valor de troca. As relações de ânimo tratam as pessoas através de suas individualidades, já as relações de entendimento às tratam como números, o que os tornam indiferentes. Isso acarretou na busca intensiva da percepção da individualidade (do que é diferente para a sociedade).
Surgem habitos e ritmos diferentes da vida no campo. Na cidade grande tudo circula em relação ao mercado, onde os fregueses são desconhecidos e não se encontram com os produtores, o que afasta suas relações pessoais. Segundo Simmel “ o espírito moderno tornou-se mais e mais um espírito contábil”. Tudo ocorre a favor do tempo, para que o todo não se torne o caos. O caminho para alcançar objetivo começa a ser mais curto, para que nao aja um tempo perdido. Porém, nota-se que todas as pessoas, indiferente de suas escolhas pessoais, apresentam suas últimas decisões sobre o sentido e o estilo de vida iguais.
Acredita-se que venha daí o “ódio apaixonado” pelos fenômenos que a grande cidade causava a Nietzsche, que observava a luta do indivíduo para obter uma singularidade. Ao mesmo tempo que o homem caminha em busca de sua presença como singular ele sente a nostalgia.
O homem, que enfrentando o tempo em busca de uma melhoria de vida, ao mesmo tempo que enfrentava o nervosismo dos fenômenos se deparava com a condição de adaptação aos fatos ocorridos, uma espécie de aceitação que fazia com que o homem não reagisse à eles. Surge um homem que começa a ver os fenômenos com indiferença, aversão, estranheza e repulsa que a qualquer momento poderia desencadear um ódio e luta. Mas, se o homem da cidade grande se muda para uma cidade pequena, suas condições de adaptação traz uma espécie de aperto, uma sensação de limitação das relações. Ao mesmo tempo em que na cidade grande o homem se sente solitário e abandonado diante de uma multidão. Essas são as verdades espirituais, entre a cidade pequena que tem relações fechadas em si mesma e a cidade grande, que se aprofunda em relações nacionais e internacionais.
A busca de uma fonte sem fins de ganho se torna um estimulo para a diferenciação, o refinamento e a ampliação das necessidades das pessoas da cidade grande. Uma individualização espiritual. O homem busca uma consciência social, bucando formas de se destacar diante das pessoas através de exclusivismos, extravagâncias, preciosismos. Não importando se exista razão e sucesso. Apresenta-se um retrocesso da cultura social, onde as pessoas tinham maior espiritualidade, delicadeza e idealismo. A busca de uma realização que “deixa atrofiar a personalidade como um todo”, deixando apenas a para a existência um sentido de objetividade.
No século XVIII, a sociedade buscava o liberalismo, diante dos acontecimentos sem sentido político e agrário, corporativo e religioso, criando condições desiguais e injustas. Criando a busca de liberdade e igualdade. Porém, no século XIX, surge o romantismo e a divisão econômica do trabalho, criando o individualismo na qual as pessoas estão libertas de ligações históricas e mais para frente o individualismo em que as pessoas buscam o “homem universal”, seu valor histórico.
Simmel atenta que “nossa tarefa não é acusar ou perdoar, mas somente compreender” o porque dos fenômenos e buscas individuais, como resultado das grandes cidades.

Fotografia:
GEORG SIMMEL
Data de acesso: 14 de Setembro de 2009

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Necessidades e exclusões sociais no Rio de Janeiro

Curso: Aluna Especial em Pós Graduação da FASM 2009/ Artistas Visionários
SANTANA, Fábio. SOARES, Marcus “Reforma Passos: Cem anos de uma Intervenção Excludente”.

Necessidades e exclusões sociais no Rio de Janeiro
Na última década do século XIX, com o processo de expansão industrial, bairros que pertenciam à elite eram abandonados e se tornavam bairros industriais e da mão operária. Tornando o centro da cidade um domínio da classe operária. Esta que acabavam dominando bairros mais providos de ferrovias, luz e redes de água e esgoto, o que tornou rápida sua expansão. Surge a proposta política de curar uma cidade que estava doente, que se une com o apoio da elite para passar um “rolo compressor” no centro histórico em busca de um progresso e o atendimento das novas exigências.
Na primeira década do século XX, o Rio de Janeiro apresentava sérios problemas de epidemias (febre amarela, malária e varíola) nas habitações coletivas, que eram consideradas vetores das enfermidades que atrapalhavam as atividades econômicas e aos poucos destruía a imagem da capital do Brasil para os outros países.
O Rio de Janeiro era formado por ruas estreitas, mal arejadas, becos escuros e habitações coletivas abarrotadas por famílias que buscavam trabalho na capital do país. As casas estreitas facilitavam a propagação das epidemias entre uma população que não tinha saneamento básico.
As habitações coletivas eram conhecidas como cortiços, onde era possível notar a precariedade e a super lotação da população pobre e marginalizada. Estas eram encontradas na área central do Rio de Janeiro, resultado do fim da escravatura, em 1888, onde a maioria das pessoas migraram ao Rio, tornando a população de 235 mil para 520 mil habitantes, em sua maioria africanos e afro-brasileiros. As adaptações ao trabalho monetário aumentava a crise de empregos e fazia com que a população se dirigisse ao centro da cidade, criando um “exército industrial reserva”. As pessoas sofriam com a falta de emprego e moradia, era necessário arcar com os custos do aluguel e o transporte para que pudessem trabalhar. Restava à população se ocupar dos morros localizados nas proximidades da cidade velha. O morro da Providência tornava-se um exemplo das habitações precárias.
A primeira favela[1] da cidade do Rio de Janeiro foi formada pelos soldados veteranos que retornaram da Guerra de Canudos (Antônio Conselheiro), que esperavam do Governo a realização de suas promessas de moradias na Capital da República, por meses aguardando em pensões e ocupações provisórias. Tornando-se um problema para as autoridades.
O Presidente Rodrigues Alves aproveitou a conjuntura política e econômica favorável que Campos Sales (1898-1902) havia deixado para nomear o engenheiro Francisco Pereira Passos como prefeito da capital. O objetivo era promover o saneamento da cidade, criar novas artérias de circulação e condições para arejar, ventilar e iluminar os bairros.
Passos começa a revolucionar, com a criação de uma cidade moderna. Demolindo os cortiços na área central, ordenando o território. Como conseqüência, o subúrbio começa a ser formado pelas famílias que já não tinham onde morar, criando novas favelas. “Foi necessário, dentro desse contexto, executar a reestruturação interna da cidade de maneira a se eliminar os resquícios que ainda restavam de sua funcionalidade mercantil.” (Benchimol, J. 1990).
Um dos mais importantes acontecimentos para essa reforma urbana foi a modernização do porto, pois a exportação agrícola era o que sustentava a economia do país.
Podemos notar a influência francesa na revolução urbana carioca, seguindo os padrões do Barão Georges Haussmann, criando grandes avenidas para facilitar a circulação urbana e tornasse a Capital mais bela. Por exemplo a Avenida Central, que foi responsável pela demolição de 585 prédios. Sua finalidade era solucionar os problemas de distribuição dos produtos do porto aos comércios. Atualmente ela é chamada de Avenida Rio Branco. As desapropriações e demolições ajudavam a alargar e retificar as ruas, a canalização de rios e o saneamento básico.
Surgem outras propostas, como o recolhimento do lixo urbano e a produção de algumas normas para mudar alguns costumes da população, inadequados para o espaço urbano. Passou a ser proibido a circulação de animais, o comércio ambulante, a venda de bilhetes da loteria, cuspir e urinar nas ruas.
Foi aprovada a lei da vacina obrigatória, em 31 de março de 1904, apoiado pelo médico sanitarista Oswaldo Crua. As classes sociais reprimidas reagiram. A insatisfação social foi contornada pela política autoritária, obrigando os sanitaristas a entrar nas residências e vacinar as pessoas a força. A repulsa pelas normas ficava claro quando “o estado era acusado de violar o domínio do sagrado lar, a liberdade individual e a honra pessoal dos cidadãos de bem” (Carvalho, J. 1987). O que ajudou a acalmar essa enorme insatisfação foi o surgimento de milhares de empregos para a classe baixa. Estes empregos eram focados na construção civil.
A reforma urbana que ajudou a uma modernização, trouxe insatisfações nas classes sociais. A reorganização da cidade, levando a classe social baixa do centro ao subúrbio melhorou o comércio da Capital, mas ao mesmo tempo fez com que surgissem as favelas, que estão presentes até hoje no Rio de Janeiro. Motivos e promessas políticas tornaram o Rio de Janeiro em realidades muito distantes entre as classes sociais, mas estes problemas só seriam agravados muito depois deste acontecimento.

Fotografia:
AVENIDA Central, c.1910. Coleção Gilberto Ferrez. Foto: Marc Ferrez.
[1] Habitação caracterizada pela ilegalidade da ocupação do solo urbano, isto é, pela ausência de equipamentos coletivos e, principalmente, ausência da escritura do imóvel. Essa forma de habitação passou a fazer parte da geografia da cidade como moradia alternativa para os que não tinham condições de pagar aluguel ou se negavam a residir distante dos lugares onde trabalhavam. (Zaluar, A e Alvito, M. 1990).

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Mudanças em Paris - Leitura

Curso: Aluna Especial em Pós Graduação da FASM 2009/ Artistas Visionários
SALGUEIRO, Heliana A. PICON, A. Cidades Capitais do Século XIX – “Racionalidade técnica e utopia: a gênese da Haussmannização”.São Paulo: Edusp, 2001.

Mudanças em Paris
Em meados do século XIX, Paris passava por mudanças urbanísticas, onde melhorias ocorriam para a sociedade e para a política. Uma das importâncias era tornar Paris salubre, criando ruas e avenidas em que houvessem a circulação do ar, da água e da luz, necessidades que haviam sido esquecidas com a produção desta grande cidade. No final do século XVIII, arquitetos e políticos já questionavam essas necessidades junto a produções que valorizassem a economia, expandindo o fluxo comercial parisiense.
Uma das primeiras expansões foi a criação de uma ponte, feita por engenheiros do Estado, que ligava o centro à periferia, uma atitude que tornaria a cidade maleável. Muitos estudos foram feitos para re-valorizar a costa marítima, tanto para a proteção de invasões como para o comércio. A proposta era criar uma Paris geometricamente urbanizada. Criando avenidas principais e ruas de passagem, muito diferente das ruas curvas e casas amontoadas que restavam da Idade Média e das contemplações do Império de Napoleão (portos e arsenais, sítios e novas cidades).
Os engenheiros tinham problemas técnicos, onde faltava a valorização da distribuição de água e saneamento. A partir da consciência dessa importância, foram construídos canais como o de Ourcq, Saint-Denis e Saint-Martin. Os engenheiros da Escola Politécnica analisavam cada vez mais valores matemáticos para alcançar as necessidades de uma urbanização, na qual foi proposto o uso da engenharia analítica, mais próximas as dinâmicas naturais e humanas, pouco usada por outras entidades.
No início do século XIX, mudanças começam a acontecer, criando novas práticas e valores urbanos. Os artistas presentes se deparam com a necessidade de criação, na qual pudessem expressar essas mudanças, a literatura demonstra isso claramente. A cidade deixa de querer uma cidade-máquina para novas utopias através de intervenções na cidade. Balzac e Sébastien Mercier já discutiam a necessidade de uma cidade onde as pessoas pudessem caminhar prazerosamente, isto ainda no século XVIII. O que foi se realizar no século posterior, tornando as ruas de Paris uma fonte de inspiração para Baudelaire. A cidade torna-se uma espécie de paisagem, diferente da idéia inicial de urbanização de uma herança medieval (ruas escuras, centros com população miserável, dificuldades de circulação,etc.). Através das utopias que foram surgindo para uma nova cidade, ficava claro a desumanidade que a época medieval deixava de herança.
A proposta de ruas quadriculadas regularmente deixavam de ser o ponto principal, Reynaud acreditava que a regularidade geométrica fazia parte da composição arquitetural e Duveyrier às rejeitava e definia como ultrapassadas, defendendo a questão onde os cálculos deveriam seguir as necessidades do lugar, não deixando a necessidade da circulação do ar e a iluminação natural das ruas.
O projeto de haussmannização tende a cobrir as necessidades de higiene da capital, pois em 1832 Paris sofria com a cólera. Surge a distribuição geral de água, a produção de redes de esgoto que buscou seguir a geometrização imposta por outros projetos de engenharia.
Apesar das mudanças que ocorriam em Paris, a população sofria o desconforto e perda de suas casas para a produção de ruas e avenidas que valorizassem a cidade. Muitas pessoas que moravam no centro trocava o espaço onde morava por casas na periferia, deixando as ruas centrais focadas na economia e pontos estratégicos para os soldados. Surgiam praças e parques que pudessem animar e dar um novo sentido de vida para a sociedade, onde a maioria dos miseráveis sofriam com a perda. Surge posteriormente a lei de desapropriação, atendendo as necessidades destas pessoas.
Surgem propostas de regeneração da capital, onde uma rede nacional de estadas de ferro deveriam ser criadas, o que será posteriormente aceita por Haussmann e sua equipe de engenheiros. Paris sofre um processo para se tornar metrópole, uma cidade de interligações. A reorganização do território como um todo.
O sansimonismo buscou o equilíbrio harmonioso entre a razão e sentimento, ciência e arte, técnica e inspiração poética. Acredita-se que a Torre Eiffel agradaria muito os sansimonistas, mas sua produção foi posterior. Haussmann não seguiu todas as propostas de utopia dos seguidores de Saint-Simon, pois ele sabia das preocupações militares e não acreditava em uma pacificação total.
Com a vinda do Segundo Império, as preocupações das vias citados por Reynaud ou Duveyrier são deixadas de lado para a produção de vias mais rígidas. A poesia arquitetural é abandonada, se torna indiferente as produções até então. As preocupações era retomar aos sonhos mecânicos do Primeiro Império.
Haussman soube modelar as propostas as decisões em conjunto, a infra-estrutura, as normalizações e produções de avenidas, parques e jardins. Mas Paris deixa de estar nas mãos de Haussmann para atender novos modelos de organização, uma modernização.

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Concurso Público/ Prof. Arte 2009 - Leituras:

Estudos – Concurso Prefeitura SP/2009. Texto:
HERNÁNDEZ, F. Cultura Visual, Mudança Educativa e Projeto de Trabalho. Porto Alegre: Artmed, 2000.


O texto de Hernández tem como objetivo mostrar as propostas, métodos e duvidas até uma avaliação. Ele pensa em propostas mais atuais da educação, pois a escola apresenta problemas que surgiram no século XIX. Ainda mais na forma de se repensar o ensino da arte, que ainda é limitada em práticas acadêmicas que não acompanham as necessidades da sociedade atual. A proposta é mostrar formas mais dinâmicas do processo educacional (mundo social e simbólico). O aluno carrega com ele seus valores sociais e culturais que estão fora da escola, no qual devem incorporar na arte e na educação.

Os conteúdos em arte possibilitam vários olhares, perspectivas psicológicas e cognitivas
Em 1960, o ensino da arte avançou, valorizando a estética, a história da arte, a critica e a produção artística. Esta mudança na educação foi aceita em vários países, como nos Estados Unidos e no Brasil. Porém, ainda enfrentamos a relutância da arte-educação como área do conhecimento. O aluno precisa discenir, valorizar, interpretar, compreender, representar o que lhe cerca e também a si mesmo.
Hernández acredita na existência de racionalidades: Argumentos que sustentam um estado de opinião. Racionalidade Industrial (habilidades e destrezas para procedimentos pictóricos com finalidades miméticas), Histórica (argumentam que a arte deve ser deixada de lado na educação social), Expressiva (Arte é importante para demonstrar sentimentos, emoções e o mundo interior, é uma possível forma de comunicação entre os jovens), Cognitiva (A arte desenvolve o intelecto), Perceptiva (desenvolve a percepção visual), Criativa (desenvolve a capacidade criativa dos jovens), Comunicativa (A cultura é dominada por imagens, os alunos precisam ler e produzir imagens para se comunicar), Interdisciplinar (A arte deve ser organizada por quatro disciplinas: estética, história da arte, crítica e produção artística – proposta triangular DBAE/ Discipline Based Art Education) e Cultural (arte que constrói as representações sociais).
Quando consideramos a arte como linguagem, sabemos que as atividades artísticas são cognitivas, pois o aluno está desenvolvendo a sua percepção visual, ao mesmo tempo existe a aceitação das diferenças (inteligências múltiplas), porém não deixam de ter um foco em cada tipo de objetivo a ser alcançado. Na experiência estética, o foco é a interpretação que são alcançados através de estratégias de interpretação e a cultura visual.
O aluno não deve pensar a arte apenas como FORMA – CONCEITO – PRÁTICA, ele deve percebe-la como cultura de diferentes povos e sociedades. Ter consciência de sua experiência em relação aos artefatos e obras. Seu principal objetivo é provocar a reflexão. A arte é carregada de seu valor histórico e social, valores do artista, do meio em que ele vive e os conceitos de sua época. Contribui para que o aluno perceba sobre ele mesmo e sobre o mundo.
1Arte e cultura – mediadores de significados (interpretados e construídos).
2Objetos artísticos – relação entre quem realiza a obra o mundo.
3Artefatos Visuais – informa aqueles que os vêem sobre si mesmos e o mundo.

Existe a visão do aluno como conhecimento pessoal sobre determinada obra ou como “conhecimento original”, que vem do artista que fez a obra. Cria um percurso entre o passado e o presente, mostrando os significados de diferentes culturas, valores estéticos e simbólicos. A percepção destes valores dependem do nível de compreensão do aluno, de sua capacidade de investigar o tema. Para isso é necessário estratégias, exemplos, analogia e novas formas de se observar a obra. O aluno deve estruturar seu conhecimento por meio de experiências em relação ao mundo que o rodeia, construindo significados que ajudarão o aluno a examinar a realidade de uma maneira crítica e questionadora. O professor é ponte destas ações.

História da Arte Educação / Metodologias
Existem diversas maneiras de ver, sentir, falar e pensar o mundo. O professor é aquele que deve analisar quais são os problemas e idéias atuais, examinar o que foi positivo no passado e deve ser mantido no currículo, ao mesmo tempo deve fazer parte da mudança do processo interno dele, sempre tentando inovar. A proposta não é negar as propostas curriculares que foram surgindo desde o iluminismo, mas reconstruir e interpretar o passado e melhorar o presente.
Hernández questiona porque as propostas italianas foram adotadas ao invés das francesas, inglesas ou norte-americanas (DBAE) para a formação de currículo. Na Espanha, há um acordo generalizado onde as pessoas acreditam que a arte vem de um “dom” artístico, por isso não é necessário o ensino da arte a todos, o desinteresse da arte como linguagem não vem só do Brasil. Já o Brasil, os estudos artísticos criados desde o expressionismo não apresentam conhecimentos “úteis”, o que afasta as pessoas de um reconhecimento social.
Nas escolas, em sua maioria, o professor se prende a atividades agradáveis que resultem em boa estética para ter visualidade formal, os objetivos e propostas são certos, porém não podemos ampliar o conhecimento, pois não há muitas publicações e questionamentos por outros ângulos e o professor acaba dependendo da prática para que estes questionamentos surjam. Não é fácil criar um currículo onde deve ser pensada a capacidade do aluno através de sua idade e seus valores sócio-culturais.

Compreensão e Interpretação: Ser+Cultura+História=Conhecimento
Segundo Piaget, o ser humano adquire conhecimento através de adaptações e assimilações. Para Hernández, isso seria um conhecimento idealista, para tanto devemos adaptar estas construções simbólicas em condições da realidade. A obra de Piaget é repensada, não sendo considerada uma obra universal. Winner fala na relação entre artista, interprete, observador e o crítico. Gardner fala da Criação (Atos ou Ações) vindo do criador ou interprete, a percepção (discriminações ou as distribuições) por parte do crítico e as sensações (observações) por parte do público.
Como uma pessoa pensa, cria conhecimento a partir de uma manifestação verbal de suas idéias, analisa a finalidade de como se utiliza e compreende estas idéias. A arte não são apenas elementos belos, ela articula a experiência entre o interior e o exterior e traz significados do artista e o observador. É pensado através da linguagem e da produção de significados.
Parsons acredita que a capacidade de adquirir conhecimentos vem através da idade, destacando cinco estág idade, destacando cinco estade de adquirir conhecimentos vem atraves estas construçir e interpretar o passado e melhorar o prios para a apreciação estética: favoritismo, beleza e realismo, expressão, estilo e forma, autonomia. Sua obra amplia as possibilidades do conhecimento estético e psicológico.
Housen define que o ser humano constrói sentidos e significados individuais desde a narrativa (preferências individuais) até a atividade reconstrutiva, seu estudo destaca os estágios: narrativos, construtivos, transição (modelos - referencia acumulativa ou não), classificação, interpretação, recreação.
A educação, baseada na psicologia construtivista, acredita que as funções mentais são formadas por processos de construções simbólicas de como a informação e a interação social transforma-se em conhecimento. As diferentes formas de olhar, representar e interpretar a arte caracterizam a educação na pós-modernidade, pois é sujeito a múltiplas leituras e interpretações, depende da integração do passado e o presente para se construir o conhecimento.
Para Hernández, interpretar é compreender, é manifestar explicitamente essa compreensão. Interpretar é decifrar e descrever, quase automaticamente, é buscar relações, conexões, perceber valores, conceitos e preconceitos.

Interpretação da Cultura Visual
Para Hernández, o cruzamento de olhares entre o passado e o presente são formas de pesquisa que, sempre em grupo, mostra diferentes olhares a partir de elementos chaves. Pois cada objeto recebe significados e sua pesquisa é forma de conhecimento.
Michael Parsons questiona qual a relação entre fazer arte e a história da arte, se elas são necessárias para se compreender as obras de arte e devem ser ensinadas separadamente.
Hernández acredita que as imagens são mediadoras de valores culturais e contém metáforas nascidas da necessidade social de construir significados. Reconhece-las e reconstruí-las é uma das finalidades da educação para que possa compreende-la. Ou seja, não há receptores nem leitores, mas construtores e intérpretes através das experiências individuais de acordo com seus valores culturais.
Não há uma única maneira de se organizar um currículo, é necessário selecionar conteúdos diferenciados a cada grupo de alunos (imagens - representações sociais) e ter ligação com outras linguagens (interdisciplinaridade), pensar nas características evolutivas, sociais e culturais, ligar o conteúdo a diferentes culturas e realizar estudos a partir de uma posição crítica-social.
O aluno carrega com ele valores culturais e sociais, tem uma identidade e biografia em construção.

Avaliação
Para Hernández, avaliação é sempre processo, por exemplo o portifólio que mostra o processo de aprendizagem. O que mais vale é estimular a capacidade de pesquisas e não o passar em exames tradicionais. É necessário que o estudante compreenda (interprete e valorize) a questão e não só responda enunciados. A aprendizagem artística e a criatividade não são a mesma coisa, pois conhecimentos e habilidades não amadurecem sozinhos.
Devemos avaliar a capacidade de dar forma visual às idéias; a descrição, análise e interpretação das obras de arte e seus significados; a curiosidade; a inventividade; a inovação e reflexão e a abertura de novas idéias; a clareza em expressar idéias.
O portifólio é a forma de reconstruir o processo de como o aluno está aprendendo, pois ele da conta de mostrar as finalidades educativas, repensar nas práticas avaliadoras onde só haviam provas/exames e remarcar a importância de não confundir qualificação e aprovação apenas por ela. O processo de aprendizagem através do portifólio permite mudanças e acompanhamentos mais próximos da realidade do aluno. Por ele podemos avaliar os objetivos, saber quais foram cumpridos e quais não foram alcançados, aponta a direção e a projeção de um enfoque futuro. O portifólio é propriedade do estudante.
É necessário notar uma seqüência progressiva, mostrar o porque da escolha daquelas atividades e informações. Suas evidências são Artefatos (documentos sobre o trabalho do aluno, preparados por outras pessoas, comentários, avaliações), reproduções (documentos preparados para dar forma e sentido ao portifólio: explicações, notas, reflexões, cabeçalhos, títulos), testemunhos e produções. O aluno precisa fazer suas próprias reflexões, para mostrar as estratégias que ele usará para o processo criativo, fazer suas anotações sobre o estudo. É preciso criar um "continente", onde é armazenado os documentos (caixa, CD-ROM, etc.).
Os critérios de avaliação vão do técnico ao quantitativo. O técnico vai verificar as notas e reflexões alcançadas, se o conteúdo faz sentido para saber até que ponto o aluno evoluiu para as metas estabelecidas. Se deve se aprofundar em alguns aspectos. Esta evolução precisa ser notada, também, pelo aluno.
Através das experiências vividas por Hernández, pode-se notar que o conhecimento está ligado a cultura visual e a educação precisa se desenvolver através de projetos.

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