segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013
terça-feira, 8 de janeiro de 2013
2012 - Ouro Preto - MG
Após
o Festival do Japão, a Niku e eu começamos a nos preparar para a nossa viagem
rumo a Ouro Preto – MG. Uma grande mudança de rumos, pois a última vez que viajei
eu estava entre os 7 e 9 anos e minha mãe me levou ao Mato Grosso do Sul, eu
era muito nova... a proposta desta vez era explorar uma cidade com um alto
valor cultural. Pegamos o ônibus no fim da tarde do dia 15/07. Estava muito
frio e o tempo em que ficamos no ônibus foi uma tortura. A janela do nosso lado
estava com o vidro solto e da cortina as vezes saiam baratinhas (TT...TT).
Quando o dia amanheceu, o cheiro do banheiro estava insuportável, foi neste
momento que decidimos não comprar mais passagens nos acentos finais ou
intermediários dos ônibus. Cada parada descia uma ou duas pessoas no máximo...
e aos poucos o ônibus foi esvaziando.
16/07/12 (segunda-feira)
Quando
chegamos em Ouro Preto era muito cedo. Estávamos na penúltima parada do ônibus
sentido Mariana. As lojas ainda estavam abrindo e as pessoas da cidade estavam
saindo para trabalhar. A vista do terminal rodoviário era muito bonita. Havia
alguns gatos na entrada, mas como estávamos com malas e sacolas acabamos não
explorando muito. Descemos a Rua Padre Rolim, nosso objetivo era chegar na
Travessa das Lajes, como eu não conhecia nada e estávamos com um mapa impresso
do Google Maps, não fazia ideia de nada e acabamos pegando o caminho errado.
Foi uma aventura para começar o dia... descobrimos que a Travessa das Lajes é horrível
de se passar de cima para baixo.
Quando
chegamos, recebemos as orientações do Hostel e nos instalamos em um quarto
temporário (tempo para descansar). A tarde nos instalamos no quarto certo, onde
precisamos fazer uma “gambiarra” para tampar um dos buracos que a janela tinha.
O dia estava nublado e as vezes chuvoso, mas não desanimamos. Saímos para
conhecer um pouco a cidade e comprar algumas coisas para comer.
Passamos
pela Igreja Nossa Sra. Da Conceição e em
um mercado da Rua Bernardo de Vasconcelos, onde compramos algumas smirnoffs
para eventos posteriores (Sabores especiais de Canela & Maçã, Maracujá
& Limão e Cramberries & Limão – A melhor de todas!). Continuando a
subida que parecia eterna chegamos na Feira do Largo do Coimbra, onde vimos
muitas coisas interessantes feitas artesanalmente em pedra e couro. Não aguentamos
esperar e compramos uma máscara de couro muito bonita, uma coruja feita de
pedra sabão, uma caixa decorativa da viagem e um bracelete de couro com trançados
e costuras diferenciadas. Ao lado, um pintor realizava suas artes na porta da
Igreja São Francisco de Assis.
Para ver a igreja era necessário pagar uma taxa
simbólica para visitação, a sorte é que o ingresso servia para visitar o Museu
do Aleijadinho e a validade era de uma semana. Inicialmente fiquei incomodada
com a questão de cobrarem as entradas para cada igreja que visitamos nesta
viagem, mas tive conclusões finais disto na qual vocês entenderão posteriormente). Dentro das igrejas é proibido fotografar (acredito que seria proibido
com o uso do flash, mas como a maioria das pessoas que vão lá não sabiam
tira-lo acabaram tirando todas as possibilidades. Quando saímos um novo tema
nos chamou a atenção para exploração: os cemitérios ao lado das igrejas. Cada
uma tinha um pequeno cemitério, uma capelinha ou pátio com vista para a cidade.
As construções das igrejas eram muito altas e o espaço do jardim era de chão de
pedras e gramado, o que mostrava os padrões coloniais de arquitetura.
Subindo
a Rua Claudio Manoel chegávamos na Praça Tiradentes. Vimos uma igreja do outro
lado e logo fomos para lá. Entramos pelo portão de trás e ouvimos a música
feita com os sinos da igreja. Foi muito gratificante chegar lá bem nesta hora.
A
noite já tinha começado e estávamos com fome. Fomos a uma lanchonete que nos
chamou a atenção da Rua Claudio Manoel. A proposta desta lanchonete é muito boa,
tive várias dicas para uma empresa futura. Lá escolhemos cada uma sua vitamina,
com nomes diferentes e misturas de frutas que pareciam ser interessantes. Nosso
dia estava acabando e as barrigas totalmente cheias.
A
proposta para este dia era realizar um percurso cultural e inovador.
Encontramos um mapa da cidade no Posto de Informações Turísticas e antes de
irmos dormir busquei criar alguns roteiros para os próximos dias. Eu nem
imaginava a bagunça que seria tentar chegar em cada lugar, pois não conhecíamos
os caminhos e acabamos fazendo quase todos os percursos com subidas (ISTO É
TOTALMENTE NÃO RECOMENDÁVEL CASO VOCÊ
AME SEUS PÉS!!!).
Começamos
indo ao Museu do Aleijadinho. Após, para a Igreja Nossa Sra. Das Mercês e
Perdões, acredito que realmente eu paguei todos meus pecados só com a subida
que fizemos até ela quando descobrimos que a escadinha no fundo da igreja
Francisco de Assis chegava lá (X...x´´).
Após, visitamos o Museu da Inconfidência e conhecemos algumas coisas
sobre a época colonial, costumes de mineração e curiosidades sobre os Inconfidentes.
Nosso
almoço foi novamente na Lanchonete Brasil.
Passamos
no Teatro Municipal, onde tiramos algumas fotos e nos informamos sobre a
programação de Inverno que a ocorre entre Ouro Preto e Mariana. Inicialmente
isto me interessou mas não tivemos muito tempo para assistirmos os shows,
teatros e apresentações. No tempo que parávamos só dava para pensar uma coisa:
descansar. De lá, descemos para a Igreja Nossa Sra. Do Pilar, onde fica o Museu
de Arte Sacra. Enquanto eu ouvia as
explicações dos guias turísticos a Niku tentava tirar algumas fotos sem
autorização. Esta igreja tinha detalhes em ouro, algumas obras feitas pelo
Aleijadinho, alguns detalhes feitos pelos auxiliares do artista e mobiliaria
colonial.
Os
guias que ficam do lado de fora não são oficiais, mas se apresentam como. Tem
vestimenta e curiosidades que nos chamam a atenção. Acabamos indo com a guia
para a Mina do Jejé. Lá a bateria da minha câmera acabou, mas o que valeu foi a
experiência de um garotinho entre 9 a 12 anos nos contar sobre como era
realizada a mineração na cidade e do trabalho escravo infantil para a passagem
em pequenos túneis sem o desmoronamento das minas. (Me senti tão grande quando
bati o capacete no teto da mina, XD).
Sem
auxilio de um guia formamos um grupo com outros turistas e fomos para a Igreja
Santa Efigênia, onde também cobraram para entrarmos. A igreja mostrava a
necessidade de restauração, pouca decoração e falta de apoio por parte do
Governo para manter a cidade turística. Quando fomos para o cemitério ao lado,
acabamos nos separando dos outros e foi nesta hora que reparei que as pessoas
daquela cidade, apesar de serem humildes, aproveitavam tudo o que a parte turística
podia lhes oferecer. Já não estávamos mais na parte “bonita para turistas”.
Logo ao lado já podíamos ver os morros com favelas e construções irregulares.
Isto me chamou a atenção, eu queria ver mais deste lado da cidade. Ao contrário
da Grande São Paulo, toda a história que aquelas crianças, jovens, adultos,
velhos conheciam virava venda para turistas: desde um conto, uma curiosidade,
um desenho, uma pintura, um paninho feito a mão. Mesmo assim, é notável a
pobreza da cidade. Pois só todos os ganhos servem apenas para sobreviverem.
Quando
voltamos pedimos dois lanches enormes no Lagarto´s Burger. O pão, o creme, os hambúrgueres
são feitos todos artesanalmente e o valor é muito bom! Não conseguimos comer o
lanche todo e então desmontamos!
18/07 (quarta-feira)
Desta
vez estávamos mais preparadas, decidimos usar o transporte da cidade para
realizarmos o percurso de cima a baixo, não queríamos mais subidas! E tudo lá
envolve ruas íngremes! Ao lado da rodoviária, fomos para a Igreja Francisco de
Paula, ela estava em reforma e até as ruas próximas estavam fechadas. A Igreja
São José estava em construção. A Igreja Nossa Sra. Do Rosário também estava
fechada, então tiramos algumas fotos externas. Esta foi a igreja com a
construção mais diferente que vimos da cidade, ela não era toda cheia de ângulos
retos. Ela tinha as pontas arredondadas. As fotografias me lembraram as ruínas
e construções da descida para Santos, pelo Caminhos do Mar.
A cidade já não
mostrava apenas a beleza... notávamos bolsas largadas em cantos vazios,
camisinhas usadas em espaços mais fechados, pessoas que se posicionavam em
cantos estratégicos para nos observar. Não passou muito tempo, continuamos
nosso passeio. As fontes da cidade não funcionavam e também precisam de
restauração. Em uma das igrejas, uma das portas estava semiaberta, quando
entramos uma senhorinha muito velhinha nos atendeu. Ela explicou que a igreja
estava fechada e perguntamos quando ela abriria novamente. Muito simpática ela
nos mostrou a igreja por dentro, com as coisas todas empilhadas de forma
irregular, as paredes descascadas e até mesmo a porta com uma madeira para
tampar o buraco que o desgaste havia feito. Ela explicou que a igreja tinha
autorização do Iphan para realizar as devidas restaurações, mas o Governo não
mandava o dinheiro para as igrejas mais distantes do Centro Turístico.
Continuamos
nosso caminho passando pelo Museu Casa dos Contos, eu acredito que foi o lugar
mais legal que eu fui da cidade, mas a Niku gostou mais do Museu de Ciência. Na
Casa dos Contos vimos uma mostra de Moedas, desde as mais antigas até as moedas
comemorativas dos dias atuais. A história do dinheiro é muito interessante, já
imaginou viver em uma época onde o dinheiro era um pedaço de papel escrito “Vale
$$ cruzados” que parecia ser feito em máquina de jornal?( Eu seria rica com a
minha impressora! Rs) Outra coisa que nos chamou a atenção foi o buraco para
privada, realmente era um buraco que descia paralela a os cômodos até o
subsolo, pensamos: será que dali as fezes iam para o córrego ao lado desta
casa? Após, vimos objetos históricos, livros de diferentes épocas e a Senzala
(Outro lugar que eu adorei), lá nós encontramos algumas ferramentas de tortura,
marcação de escravos, ferramentas para trabalho e até ferramentas para
castração. As janelas desta parte da casa tinham grades grossas, com
espaçamento de um punho fechado. Logo na entrada se via para onde os excrementos
eram mandados: para o dormitório dos escravos, o subsolo do casarão. Quando aquele
vão logo na entrada da Senzala enchia, os escravos despejavam no córrego.
Voltamos
para o centro histórico, onde perguntamos para algumas pessoas como faríamos para
chegar na cruz mais alta da cidade. Era uma cruz que dava para ver da janela do
quarto onde estávamos hospedadas e nos chamava muito a atenção desde o primeiro
dia. Pegamos uma lotação onde o ponto final era na Santa Cruz, o lugar que
queríamos. Quando chegamos ainda precisávamos andar para a cruz, passando por
um caminho pequeno que nas laterais só se podia ver o morro e a favela bem lá
embaixo. Eu tremia muito quando chegamos lá, mas não era só pelo medo de altura,
mas por termos passado por um monte de casas irregulares onde algumas paredes e
portas chegavam a lugar nenhum sem se esquecer de um cachorro que ficou latindo
para mim enquanto eu subia sem olhar para trás.
A cruz era enorme e a vista de lá de cima era linda, até conseguíamos ver
as rodovias paralelas que supostamente chegariam em Mariana.
Fizemos
um comentário feliz:
--Sabe
aquela propaganda que o cara chega no topo da montanha e pergunta: “E Agora?“ E
o outro responde: “Vamos descer!”???
--Sei,
o que que tem?
--Vamos
descer? (rs)
A
descida não parecia nada feliz, por podermos ver que a qualquer tropeção
rolaríamos ao “infinito e além” e pelo cachorro na hora que chegássemos na
entrada para a rua. Mas, assim voltamos. No final do dia comemos dois lanches
enormes na Lanchonete, tomamos as vitaminas “Explosão Vermelha” e “Incrível
Hulk” (Eu já disse que amei as vitaminas desse lugar?).
Nosso
ultimo dia estava começando. Ainda tínhamos muitos lugares para visitar, mas estávamos
exaustas. Com a descoberta do percurso dos ônibus de Ouro Preto eu não queria
mais andar as ladeiras da cidade. Fomos até a entrada para o Parque Vale dos
Contos, com uma trilha muito agradável para caminhada, mas mesmo com um monte
de placas informando os caminhos acabamos nos confundindo. Todas as pedras da
cidade chamavam a atenção, qualquer uma que brilhasse diferente, tivesse uma
cor realçada ou textura variada chamava a atenção da Niku, que se pudesse
traria todas no bolso (300 Quilos de pedra!!!). Tivemos a surpresa de encontrar
vários lagartos na saída do Parque. Eles estavam tomando banho de sol e o rapaz
do parque disse que é comum encontrar esses bichinhos por lá.
No final do percurso almoçamos, o restaurante se chama “Canto do Poeta” e a comida caseira é muito boa. Em seguida fomos para a Capela do nosso Sr. Do Bom Fim que estava fechada. Fomos ao Centro de Convenções e a Estação Ferroviária onde exploramos os objetos e vídeos que contavam sobre Ouro Preto e Mariana, as cidades que a Maria Fumaça percorre. Um vídeo sobre contos populares de terror destas cidades nos chamou a atenção. Outra coisa que também chamou foi o método de visualização destes vídeos, que podiam ser escolhidos ao tocar em uma televisão gigante (Por que em São Paulo os museus não tem isso???) e podiam ser ouvidos com fones de alta definição. Vimos a maquina sair da estação mas não percorremos o caminho com ela, pois o valor era muito alto. Gastamos o dinheiro para lembrancinhas e mais Vitaminas na Lanchonete...
De
lá fomos para o Museu da Ciência e Técnica, onde ficamos até o horário de
fechamento. Vimos uma variedade de pedras, com cores de todos os tipos. Fósseis
e até excremento fossilizado (Uma pergunta que fiz posteriormente: Se cocô
entra em decomposição, como ele pode ter sido fossilizado? Se alguém souber me
responder esta, eu agradeço!). Só sei que três setores para vermos deste museu:
Mineralogia II, Metalurgia e Ciência Interativa/Física. Mas como nossos
ingressos não tem tempo de validade, nós pretendemos voltar para terminarmos de
ver...
A
noite começava e precisávamos arrumar nossas coisas para no dia seguinte voltar
para São Paulo.
O
dia estava muito frio, ainda era 5:30 quando acordamos. Tomamos café com o que
tinha no Hostel e pegamos a lotação para a Rodoviária. Quando chegamos ainda precisaríamos
esperar quase uma hora para o ônibus chegar. Então lá ficamos como dois
picolés. O retorno dentro do ônibus parecia não ter fim. Pelo menos o vidro não
balançava... Na metade do dia desci para comprar um lanche no NYC Burger, eu
nunca havia comido lá mas a Naru já tinha me falado sobre. O hambúrguer deles é muito
bom, grande e barato. Chegamos em São Paulo de noite, mas ainda pegaríamos o
Metrô e a Lotação para casa (X...x´´). Nossos gatinhos estavam com muita fome e
saudades...
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