quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Visita à 29ª Bienal de Arte de São Paulo - 21/11/10

Curso: 29ª Bienal de Arte de São Paulo/ "Tão Perto, Tão Longe" do Governo de SP.

Neste domingo, as Delegacias de Ensino da região Leste realizaram o encontro do curso “Tão Perto, Tão Longe” realizado pela Secretaria da Educação do Estado de São Paulo junto à equipe educativa da 29ª Bienal Internacional de Arte de São Paulo. Este encontro fechou com chave de ouro o curso realizado pelos professores da rede estadual de educação.

Este encontro foi muito gratificante para nossos estudos sobre a arte contemporânea, apresentando uma monitoria muito agradável e com flexibilidade para que nos educadores pudéssemos desenvolver um trajeto de acordo com o que desejávamos. É assim que começo meu registro de domingo:


Tudo começou com nossa chegada ao Parque do Ibirapuera, local onde desembarcamos para chegarmos à 29ª Bienal. Nosso ônibus parou próximo ao lago pois estava ocorrendo a “Virada Esportiva” (Evento que realiza atividades em diversos lugares em São Paulo em no período de 24 horas). Após atravessarmos o Mezanino do Parque, entramos no subsolo do Pavilhão da Bienal, onde fomos separados em grupos por cores.

Cada equipe recebeu uma equipe de monitores que foram preparados durante este ano para realizar esta visitação. Nossas primeiras monitoras foram a Ana Paula Gomes e Mira Serrer Rufo que nos atendeu muito bem: Nosso programa iniciou-se por um ateliê de tecidos (apesar de cada equipe ter participado de um ateliê diferente); onde deveríamos criar uma cidade usando elásticos, os ganchos das paredes e os tecidos coloridos. Haviam tecidos de diferentes tamanhos e nosso grupo pensou em explorar esta diversidade. Cada um, apesar de pensar em uma situação diferente, foi dialogando com a proposta do outro e a partir daí pudemos ver uma variedade de resultados (performances, escultura viva, instalações, entre outros).

Após o momento de criação, sentamos sob nossa obra (um tipo de tenda) e criamos um dialogo sobre nossa experiência do “fazer artístico” que foi muito agradável. Aproveitamos para levantar questões das dificuldades que nos educadores enfrentamos ao buscar um Espaço de Arte, um apoio da unidade escolar e até mesmo dos materiais que poderíamos usar.

Mas nosso cronograma estava apenas começando, ainda faríamos um primeiro contato com as obras da 29ª Bienal. Ao entrarmos fomos ao primeiro andar e visitamos algumas obras, como o vídeo de David Claerbout, a obra “Audience” de Pedro Barateiro, uma apresentação musical do grupo Batuntã, entre outras. Como podem observar, estou sentada na obra do Pedro Barateiro, segundo a monitora... a proposta do artista era de que o visitante participasse da obra e sentasse na cadeira e assim se deparasse com uma parede em branco, vazia, podendo refletir sobre como começaríamos a sentir o desconforto e a frieza de espera de algo que não existe; porém a organização da Bienal não autorizou a participação do público. Logo os seguranças nos avisaram para sairmos.

Ao subirmos para o segundo andar, pudemos participar das experiências sensitivas de Amélia Toledo, onde exploramos a obra “Medusa”, a “Caminho das Cores”, “Glu Glu” e a “Viva a Cor” (esta ultima estou insegura se o nome é este mesmo). A obra Glu Glu é muito interessante pois você precisa mover o líquido que está dentro do objeto para fazer bolinhas de sabão (ao fazê-las você consegue ouvir um barulhinho e foi daí que a artista deu esse nome), com estas bolhas você pode observar com mais clareza as cores do arco-íris. A equipe da Bienal tem um “arsenal” de Glu-Glus caso algo aconteça com os que estão na mostra.

No mesmo andar, uma sala mostrava vários tipos de pessoas pedindo esmola, eram vídeos que ficavam projetados ao redor de quem entrava. A sensação que temos não é uma das melhores, ainda mais sabendo que estas mesmas pessoas que estão projetadas ali são as que passam despercebidas pelas ruas de diferentes cidades. Estes vídeos fazem parte da obra “Beggars” de Kotug Ataman.

Após, o enorme desenho de NS Harsha nos chamou a atenção, o que pareciam vários pontos iguais começava a ser esclarecido: eram pessoas de diferentes etnias e religiões, sentadas todas juntas, em alguns momentos podíamos encontrar até caveirinhas. Pena que nosso primeiro momento na Bienal estava acabando, era o horário do Almoço e só retornaríamos após as 14 horas.

Durante o almoço muitas atividades culturais estavam acontecendo no Mezanino do Parque do Ibirapuera, havia um palco de música Zouk, um grupo de Psy, pessoas andando de bicicleta, patins e skate. Mas o que me chamou a atenção foi a exposição do MAM-SP. A exposição de Ernesto Neto parecia um parquinho, levando o lúdico e as cores através da arte. Não pude deixar de entrar no museu para ver de perto. Juntos, fomos o Lindomar, a Débora e eu, todos professores de arte. Encontramos um enorme crochê feito com cordões coloridos que desciam em sacos trançados com bolas de plástico que podiam ser movidas pelos visitantes. Algumas vezes estes cordões tornavam-se cachos “camelôs” com temperos ou doces, outra hora tornavam-se instalações sonoras com instrumentos. Haviam balanços criados com estes crochês gigantes e até um espaço que dava para deitar sobre estas bolas de plástico (deu vontade de nunca mais sair de lá).

Após o almoço, todos os professores retornaram e uma nova

conversa foi iniciada pelo coordenador da área educativa. Logo, formamos novos grupos e fomos para um segundo momento de Bienal. Desta vez, nosso monitor foi o Carlos Negrini. Ele foi muito atencioso com todos e de uma forma incrível nos deu diferentes olhares por toda a Bienal. Se pudéssemos, teríamos ficado dias ouvindo as explicações que ele dava sobre as obras, pois ele dava vida e sentido às produções, criava ligações com outras obras destes artistas e buscava tirar todas as nossas dúvidas (Aproveito para agradecê-lo profundamente, pois ele fez uma monitoria realmente excelente).

Algumas das obras que ainda não conhecia e me chamou a atenção foram a “350 pontos rumo ao infinito” da Tatiana Trouvé, a “Arroz e Feijão” de Anna Maria Maiolino, a “Escape” do grupo Raqs Media Collective e principalmente a obra “Intercâmbio” de José A. Vega Macotela, artista mexicano que realizou junto a presidiários uma relação de troca, onde o artista trocava um desejo do presidiário por um fazer artístico. Uma das trocas que achei mais interessante foi a “Intercâmbio 291”, onde ‘El Kamala’ queria reencontrar o amor de sua vida e para isso precisou perfurar o livro de Montecristo com o tique que ele tem no dedo indicador. Esta obra me chamou a atenção porque tudo está ligado a um preço, todos os nossos desejos e escolhas são realizadas através de trocas.


Pudemos ver alguns artistas de destaque como a Lygia Pape, o Gil Vicente, Ai Wei Wei,entre outros. Mas o setor que mais gostei foi o A Pele do Invisível, onde questões da guerra entre Tutsi e Hutus foram lembrados por Alfredo Jaar, a descriminação e homofobia foi relembrada por Zanele Muholi e o “Nascimento do 3°Mundo” foi criado por Henrique Oliveira (um Site Specific criado para a 29ª Bienal).

Ainda faltavam muitas obras que fiquei de ver numa próxima visitação, mas foi um dia muito agradável que tivemos. Porém, estava terminando e para registrar nosso grupo de educadores da Leste 4, pedi para tirarmos uma foto na saída. Agradeço a atenção da Doralice Ap. Claudio, nossa PCOP da Leste 4; a Daniela (tutora do grupo 21 de professores da Bienal) e a Fatima (monitora que bateu nossa foto), aos monitores e ao Bruno Fischer, que nos atendeu muito bem!.

Um grande abraço à todos que participaram deste dia e até um próximo encontro.

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