quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Curso de preparação para a 29ª Bienal de São Paulo

Curso: 29ª Bienal de Arte de São Paulo/ "Tão Perto, Tão Longe" do Governo de SP.
Nesta semana, começou o curso oferecido pela Secretária de Educação do Estado de São Paulo. Uma sequência de vídeos, site e fórum esão abertos para os professores inscritos pelo site da educação. Segue minha resposta do 1° Fórum que tivemos.
  • Como é trabalhar arte contemporânea em sala de aula?
  • As ideias propostas nesta aula possibilitaram pensar em alguma proposta que dialogue com o trabalho que já vem sendo realizado junto aos seus alunos?

Neste contexto, cite um aspecto que você considera uma conquista em sua prática e uma dificuldade.

Gosto muito de trabalhar Arte Contemporânea, os alunos (em sua maioria) têm a idéia de que Arte só é bela, figurativa e harmoniosa. Acreditam que Arte e Obra Prima sempre estarão juntas. São estes e outros questionamentos que eu levo para sala de aula: A arte pode ser qualquer coisa? Podemos usar tudo para fazer arte? Arte só é bela? Arte dura quanto tempo? O nome da obra pode dar outros significados? O significado da obra é igual para todos?

Os alunos começam a olhar tudo de uma forma diferente. Quando saímos para alguma atividade externa os olhares se voltam para o espaço, para propagandas, palavras, pessoas... é como se os valores e perguntas presentes nas artes começassem a permear o cotidiano deles. Desde a escolha de como eles vão tirar fotos com seus colegas pelo celular, gravar um vídeo deles dançando, a produção de um cartaz temático, a roupa que eles vão vestir e o significado a ser passado.



É claro que isto não ocorre com todas as turmas, ainda há grupos ou alunos que ficam distantes quando falamos deste tipo de arte. O fazer artístico faz com que alguns destes alunos sejam resgatados (Em minhas aulas isto acontece principalmente com aqueles alunos que não gostam de fazer as atividades ou cópias de lousa, que atrapalham os outros e querem chamar a atenção). Acredito que mostrar os resultados que eles mesmos proporcionaram é um momento muito importante entre as atividades, pois aqueles que não fizeram começam a pensar como teriam realizado, comparar uma obra com outra e questionar também... surgindo, então, alguns questionamentos que podem leva-los a entender melhor a arte contemporânea. Minha maior dificuldade em relação a Arte Contemporânea é buscar informações amplas sobre determinados artistas, pois são informações curtas ou o contrário: teses completas... e como fazer o aluno a entender as explicações em relação às obras. Muitas vezes tenho que redigir os textos com palavras que estejam mais acessíveis ao entendimento do aluno ou fazer alguma espécie de glossário para que ele possa entender determinada obra.

No primeiro encontro do curso, pude levantar algumas outras questões para levar para a sala de aula:

  • Quando você pensa em ARTE, você pensa em que?
  • Toda obra de arte é autônoma?
  • Só é possível encontrar obras de arte em museus, centros culturais e galerias?
  • Deve ser produto das mãos do artista e demonstrar uma maestria técnica digna de admiração?
  • Algumas expectativas que se tem diante da arte:
  • Uma obra de arte deve corresponder a um objeto acabado?
  • Uma obra deve ser única, original e autêntica?

Os conceitos a serem levantados logo nos faz pensar em diversos artistas que podem unir aos temas desta 29ª Bienal. Saber que o foco desta vez é a “Política” ajuda a pensar em projetos interdisciplinares e fazer com que através da arte o aluno pense consciente em relação às eleições 2010.

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