segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Cobaia

A buzina toca e lá estou, recebendo a sensação de que devo correr e abrir o portão. Um sentimento de ansiedade e angústia percorre meu corpo, como se fosse uma obrigação ir para lá e realizar a ação. Mas desta vez o portão não existe, a buzina não é para mim e não tenho mais a obrigação. O alívio.

Dois meses se passaram, acordo e penso que ainda estou com insônia. Preciso arrumar a casa, limpar as coisas, deixar tudo arrumado e dar o meu melhor. Mas para quê? Ninguém irá cobrar isto de mim, posso deixar a louça para depois, dar o tempo que tenho para mim. Não preciso me obrigar a fazer coisas que agora posso deixar para depois.

Seis meses se passaram, acordo tarde e penso na minha incapacidade. Lá estou, novamente me cobrando de ser a melhor. Por que ser melhor? Quem está aqui para me julgar? Por que me preocupar com o que vão achar? Tem algo aí... penso no sentimento angustiante de ainda fazer algo para me sentir completa. Quando me dou conta que tudo isso é resultado de um condicionamento. Como se eu fosse uma cobaia, que por anos foi condicionada a ser de uma forma que eu não precisava.

A cobaia para demonstração não existirá mais. Ela ainda sabe que se pegar o queijo poderá (talvez) levar um choque. Mas aos poucos ela irá procura-lo e pegará o pedaço sem que ninguém perceba. Pois quando descobrimos algo em nós, sabemos como manipula-lo.

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