Curso: Aluna Especial em Pós Graduação da FASM 2009/ Artistas Visionários
SALGUEIRO, Heliana A. PICON, A. Cidades Capitais do Século XIX – “Racionalidade técnica e utopia: a gênese da Haussmannização”.São Paulo: Edusp, 2001.
Mudanças em Paris
Em meados do século XIX, Paris passava por mudanças urbanísticas, onde melhorias ocorriam para a sociedade e para a política. Uma das importâncias era tornar Paris salubre, criando ruas e avenidas em que houvessem a circulação do ar, da água e da luz, necessidades que haviam sido esquecidas com a produção desta grande cidade. No final do século XVIII, arquitetos e políticos já questionavam essas necessidades junto a produções que valorizassem a economia, expandindo o fluxo comercial parisiense.
Uma das primeiras expansões foi a criação de uma ponte, feita por engenheiros do Estado, que ligava o centro à periferia, uma atitude que tornaria a cidade maleável. Muitos estudos foram feitos para re-valorizar a costa marítima, tanto para a proteção de invasões como para o comércio. A proposta era criar uma Paris geometricamente urbanizada. Criando avenidas principais e ruas de passagem, muito diferente das ruas curvas e casas amontoadas que restavam da Idade Média e das contemplações do Império de Napoleão (portos e arsenais, sítios e novas cidades).
Os engenheiros tinham problemas técnicos, onde faltava a valorização da distribuição de água e saneamento. A partir da consciência dessa importância, foram construídos canais como o de Ourcq, Saint-Denis e Saint-Martin. Os engenheiros da Escola Politécnica analisavam cada vez mais valores matemáticos para alcançar as necessidades de uma urbanização, na qual foi proposto o uso da engenharia analítica, mais próximas as dinâmicas naturais e humanas, pouco usada por outras entidades.
No início do século XIX, mudanças começam a acontecer, criando novas práticas e valores urbanos. Os artistas presentes se deparam com a necessidade de criação, na qual pudessem expressar essas mudanças, a literatura demonstra isso claramente. A cidade deixa de querer uma cidade-máquina para novas utopias através de intervenções na cidade. Balzac e Sébastien Mercier já discutiam a necessidade de uma cidade onde as pessoas pudessem caminhar prazerosamente, isto ainda no século XVIII. O que foi se realizar no século posterior, tornando as ruas de Paris uma fonte de inspiração para Baudelaire. A cidade torna-se uma espécie de paisagem, diferente da idéia inicial de urbanização de uma herança medieval (ruas escuras, centros com população miserável, dificuldades de circulação,etc.). Através das utopias que foram surgindo para uma nova cidade, ficava claro a desumanidade que a época medieval deixava de herança.
A proposta de ruas quadriculadas regularmente deixavam de ser o ponto principal, Reynaud acreditava que a regularidade geométrica fazia parte da composição arquitetural e Duveyrier às rejeitava e definia como ultrapassadas, defendendo a questão onde os cálculos deveriam seguir as necessidades do lugar, não deixando a necessidade da circulação do ar e a iluminação natural das ruas.
O projeto de haussmannização tende a cobrir as necessidades de higiene da capital, pois em 1832 Paris sofria com a cólera. Surge a distribuição geral de água, a produção de redes de esgoto que buscou seguir a geometrização imposta por outros projetos de engenharia.
Apesar das mudanças que ocorriam em Paris, a população sofria o desconforto e perda de suas casas para a produção de ruas e avenidas que valorizassem a cidade. Muitas pessoas que moravam no centro trocava o espaço onde morava por casas na periferia, deixando as ruas centrais focadas na economia e pontos estratégicos para os soldados. Surgiam praças e parques que pudessem animar e dar um novo sentido de vida para a sociedade, onde a maioria dos miseráveis sofriam com a perda. Surge posteriormente a lei de desapropriação, atendendo as necessidades destas pessoas.
Surgem propostas de regeneração da capital, onde uma rede nacional de estadas de ferro deveriam ser criadas, o que será posteriormente aceita por Haussmann e sua equipe de engenheiros. Paris sofre um processo para se tornar metrópole, uma cidade de interligações. A reorganização do território como um todo.
O sansimonismo buscou o equilíbrio harmonioso entre a razão e sentimento, ciência e arte, técnica e inspiração poética. Acredita-se que a Torre Eiffel agradaria muito os sansimonistas, mas sua produção foi posterior. Haussmann não seguiu todas as propostas de utopia dos seguidores de Saint-Simon, pois ele sabia das preocupações militares e não acreditava em uma pacificação total.
Com a vinda do Segundo Império, as preocupações das vias citados por Reynaud ou Duveyrier são deixadas de lado para a produção de vias mais rígidas. A poesia arquitetural é abandonada, se torna indiferente as produções até então. As preocupações era retomar aos sonhos mecânicos do Primeiro Império.
Haussman soube modelar as propostas as decisões em conjunto, a infra-estrutura, as normalizações e produções de avenidas, parques e jardins. Mas Paris deixa de estar nas mãos de Haussmann para atender novos modelos de organização, uma modernização.
Mudanças em Paris
Em meados do século XIX, Paris passava por mudanças urbanísticas, onde melhorias ocorriam para a sociedade e para a política. Uma das importâncias era tornar Paris salubre, criando ruas e avenidas em que houvessem a circulação do ar, da água e da luz, necessidades que haviam sido esquecidas com a produção desta grande cidade. No final do século XVIII, arquitetos e políticos já questionavam essas necessidades junto a produções que valorizassem a economia, expandindo o fluxo comercial parisiense.
Uma das primeiras expansões foi a criação de uma ponte, feita por engenheiros do Estado, que ligava o centro à periferia, uma atitude que tornaria a cidade maleável. Muitos estudos foram feitos para re-valorizar a costa marítima, tanto para a proteção de invasões como para o comércio. A proposta era criar uma Paris geometricamente urbanizada. Criando avenidas principais e ruas de passagem, muito diferente das ruas curvas e casas amontoadas que restavam da Idade Média e das contemplações do Império de Napoleão (portos e arsenais, sítios e novas cidades).
Os engenheiros tinham problemas técnicos, onde faltava a valorização da distribuição de água e saneamento. A partir da consciência dessa importância, foram construídos canais como o de Ourcq, Saint-Denis e Saint-Martin. Os engenheiros da Escola Politécnica analisavam cada vez mais valores matemáticos para alcançar as necessidades de uma urbanização, na qual foi proposto o uso da engenharia analítica, mais próximas as dinâmicas naturais e humanas, pouco usada por outras entidades.
No início do século XIX, mudanças começam a acontecer, criando novas práticas e valores urbanos. Os artistas presentes se deparam com a necessidade de criação, na qual pudessem expressar essas mudanças, a literatura demonstra isso claramente. A cidade deixa de querer uma cidade-máquina para novas utopias através de intervenções na cidade. Balzac e Sébastien Mercier já discutiam a necessidade de uma cidade onde as pessoas pudessem caminhar prazerosamente, isto ainda no século XVIII. O que foi se realizar no século posterior, tornando as ruas de Paris uma fonte de inspiração para Baudelaire. A cidade torna-se uma espécie de paisagem, diferente da idéia inicial de urbanização de uma herança medieval (ruas escuras, centros com população miserável, dificuldades de circulação,etc.). Através das utopias que foram surgindo para uma nova cidade, ficava claro a desumanidade que a época medieval deixava de herança.
A proposta de ruas quadriculadas regularmente deixavam de ser o ponto principal, Reynaud acreditava que a regularidade geométrica fazia parte da composição arquitetural e Duveyrier às rejeitava e definia como ultrapassadas, defendendo a questão onde os cálculos deveriam seguir as necessidades do lugar, não deixando a necessidade da circulação do ar e a iluminação natural das ruas.
O projeto de haussmannização tende a cobrir as necessidades de higiene da capital, pois em 1832 Paris sofria com a cólera. Surge a distribuição geral de água, a produção de redes de esgoto que buscou seguir a geometrização imposta por outros projetos de engenharia.
Apesar das mudanças que ocorriam em Paris, a população sofria o desconforto e perda de suas casas para a produção de ruas e avenidas que valorizassem a cidade. Muitas pessoas que moravam no centro trocava o espaço onde morava por casas na periferia, deixando as ruas centrais focadas na economia e pontos estratégicos para os soldados. Surgiam praças e parques que pudessem animar e dar um novo sentido de vida para a sociedade, onde a maioria dos miseráveis sofriam com a perda. Surge posteriormente a lei de desapropriação, atendendo as necessidades destas pessoas.
Surgem propostas de regeneração da capital, onde uma rede nacional de estadas de ferro deveriam ser criadas, o que será posteriormente aceita por Haussmann e sua equipe de engenheiros. Paris sofre um processo para se tornar metrópole, uma cidade de interligações. A reorganização do território como um todo.
O sansimonismo buscou o equilíbrio harmonioso entre a razão e sentimento, ciência e arte, técnica e inspiração poética. Acredita-se que a Torre Eiffel agradaria muito os sansimonistas, mas sua produção foi posterior. Haussmann não seguiu todas as propostas de utopia dos seguidores de Saint-Simon, pois ele sabia das preocupações militares e não acreditava em uma pacificação total.
Com a vinda do Segundo Império, as preocupações das vias citados por Reynaud ou Duveyrier são deixadas de lado para a produção de vias mais rígidas. A poesia arquitetural é abandonada, se torna indiferente as produções até então. As preocupações era retomar aos sonhos mecânicos do Primeiro Império.
Haussman soube modelar as propostas as decisões em conjunto, a infra-estrutura, as normalizações e produções de avenidas, parques e jardins. Mas Paris deixa de estar nas mãos de Haussmann para atender novos modelos de organização, uma modernização.
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